quarta-feira, 11 de setembro de 2013

texto especial


Sorrisos jovens permeavam aquela sala. Alguma comédia romântica de clichês manjados rolava pela grande e imensa sala de cinema. Uma tarde comum, mas que na presença dela se tornava inesquecível. Eles praticamente enchiam a sala toda de vida, muitas cadeiras vazias, muitas gargalhadas. As guloseimas faziam parte daquilo tudo. Numa reviravolta, tudo muda. Mas continua como antes. Mas ao invés de risadas desenfreadas, o choro intercalava alguns sorrisos condolescentes. Era mútuo o sentimento de compreensão. Os dois sofriam, os dois se amparavam. Sentados na calçada de um shopping center. O sol se pondo com a luz de um crepúsculo rabiscando o céu azul de uma tarde de verão. Pedidos de desculpas, segredos revelados, segredos guardados em outros cofres. A sinceridade fazia um laço naquelas vidas. Uma neblina densa e escura envolveu aquelas almas. Foram separados de corpo, mas suas almas permaneciam ligadas uma à outra. A distância fazendo seu trabalho. Entre encontros e desencontros eles permaneciam os mesmos, mas ao olhar para trás tudo estava diferente. Entre palavras ditas e outras ocultas, alguma coisa aconteceu. Ela se foi. Ele ficou. Dela não se soube nada, apenas mensagens e ligações não respondidas. Dele a confusão e a indecisão se apossaram, tentativas de contato fracassadas. Alguns sonhos em formas de memórias vividas, outros desvividos. As lembranças vinham à tona em sua mente fazendo que ele caisse vertiginosamente em um poço sem fim. Nessa viagem não programada ao mundo particular de suas emoções ele conseguia ouvir a risada suave que ela tinha. O brilho daqueles femininos e negros olhos o fitavam naquela eterna queda nas palavras soltas pelo ar. Lágrimas o envolviam e afogavam seu espírito que lutava consigo mesmo em uma floresta escura de pensamentos. Em um vislumbre rápido ele pôde ver algo brilhante, resplandecendo entre as árvores. Por mais que ele não pudesse acreditar ele sabia. Ele sabia que aquela forma de luz balançava no ar com a mesma delicadeza e beleza que aquela, que um dia o chamou de irmão, conseguia fazer com seu vestido na pequena e leve brisa de uma noite fria de outono. Ela sumia e aparecia. Cada vez mais longe. Mais distante. Levando a luz e o calor com ela. E ele sem forças foi levado pelas raízes amargas que o agarraram e o levaram para baixo daquela terra, que um dia era o jardim secreto deles. A última folha caiu do galho mais alto de uma árvore como a última lágrima escorreu pelo seu rosto e fez daquele lugar um lago frio e cinzento, que em sua última palavra ele o chamou de solidão.
-M.Martins
Lindo o texto né?? sem duvida um dos melhores escritores que ja vi, e um dos melhores textos tbm, tem muito talento e com certeza merece reconhecimento, afinal um escritor tão bom não se encontra em qualquer lugar, alem de escrever super bem é uma otima pessoa e excelente amigo.

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